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    Barra Crachás

    30 de setembro de 2015

    S.MIGUEL ARCANJO PATRONO DOS PÁRA-QUEDISTAS

    S. MIGUEL
    Padroeiro das Tropas Pára-quedistas

    S. Miguel é um dos três Arcanjos referidos pelo nome na Bíblia. O nome Miguel, de origem hebraica, significa "Quem como Deus?" e era o grito de guerra dos anjos fiéis a Deus na batalha celestial contra Lucifer e os anjos que se revoltaram contra Deus.
    Nas Profecias de Daniel (X, 13-21), o Arcanjo S. Miguel é considerado como um dos primeiros príncipes celestes e príncipe do povo de Israel, isto é aquele a quem estava principalmente confiada a guarda deste povo.
    S. João, no Apocalipse (XII, 7-10) descreve S. Miguel como o chefe das milícias celestes na luta contra Lucifer e os anjos revoltosos. S. Miguel vence Lucifer que é banido do Céu para o Inferno.
    Por estas descrições, S. Miguel é geralmente representado vestindo uma armadura metálica, com asas nas costas, e lutando contra Satanás, representado por um dragão ou ser demoníaco.

    17 de setembro de 2015

    EXERCÍCIOS JÚPITER

    JÚPITER 80
    O primeiro Exercício da série JUPITER realizou-se em 1979 na região de Macedo de Cavaleiros e englobou forças do CTP, meios aéreos da Força Aérea e ainda pela primeira vez (só se voltaria a repetir em 1993) com a participação de uma unidade do Exército (artilharia). O exercício contou ainda com a participação de uma unidade espanhola da Brigada de Pára-quedistas de Espanha (BRIPAC). Esta presença que teve inicio no exercício MARTE 78 (exercício nacional) viria a continuar ao longo dos anos com uma participação reciproca de uma unidade pára-quedista portuguesa nos exercícios LUSITÂNIA em Espanha.

    16 de setembro de 2015

    A PROJECÇÃO E ALGUMA ACTUAÇÃO DAS TROPAS PÁRA-QUEDISTAS

    O Primeiro Desfile
    Preparando-se uma parada de forças militares e para-militares, na qual pela primeira vez se integravam Tropas Pára-quedistas, na Avenida da Liberdade, perante a alta Hierarquia Nacional e grande público, houve quem tentasse estabelecer condições tendentes à minimização do provável brilho daquelas Tropas, na sua primeira apresentação ao País. Porém e independentemente de tais condições, os pára-quedistas desfilaram impressionante e espectacularmente, dando uma sensação invulgar de aprumo e atavio, de força e poder.
    Todos os assistentes ficaram maravilhados, encantados com semelhantes Tropas. Mas no subconsciente de algumas elevadas entidades, passou um vago sentimento de receio de quem emanava tanta força e poder.






    O Exercício Himba
    Em 1959 e precedendo a instalação da Força Aérea no Ultramar Português, realizou-se o exercício Himba. Nele se deslocaram a Angola 6 aviões de combate, 2 bimotores de transporte e 6 quadrimotores igualmente de transporte, e nestes últimos seguiu uma companhia de pára-quedistas. Todos fizeram escala em Cabo Verde, na Guiné e em São Tomé e Príncipe.
    À saída de Lisboa verificou-se um lamentável acidente com um 3º bimotor de transporte que vitimou toda a sua tripulação. Mas e independentemente da dor por todos sentida, nem por isso o exercício foi cancelado ou mesmo alterado no seu ritmo.
    Em Angola tiveram lugar demonstrações de bombardeamento e ataque ao solo - em Luanda -, e lançamentos e desfiles de pára-quedistas - em Luanda, Nova lisboa e Sá da Bandeira. Tudo foi um enorme sucesso, mas as forças pára-quedistas, nos lançamentos e mesmo nos desfiles, produziram o maior impacto, deslumbrando autoridades e as populações de todas as etnias.
    O respectivo eco depressa chegou a Lisboa.

    O DESENVOLVIMENTO DAS TROPAS PÁRA-QUEDISTAS

    A Subsecretaria e Secretaria de Estado da Aeronáutica
     A Subsecretaria depois Secretaria de Estado da Aeronáutica foi criada na dependência do Ministro da Defesa Nacional e, deste modo, na Presidência do Conselho de Ministros. As suas atribuições diziam respeito a tudo o relativo à Força Aérea e consequentemente às Tropas Pára-quedistas.
    Em 1955, foi designado para Subsecretário de Estado da Aeronáutica o autor deste Apontamento, a quem, na sua qualidade de primeiro Subsecretário e depois primeiro Secretário de Estado da Aeronáutica, competia o desenvolvimento da Força Aérea e das Tropas Pára-quedistas. Assim teve lugar, verificando-se um desenvolvimento rápido e, pelo menos entre nós, extraordinário na sua dimensão e invulgarmente apurado em termos de qualidade.

    O Desenvolvimento da Força Aérea
    Na Força Aérea, constituíram-se o Conselho Superior da Aeronáutica, a Comissão Técnica da Força Aérea, o Estado-Maior da Força Aérea; os Comandos das Regiões Aéreas; as Direcções dos Serviços; o dispositivo de instrução, operacional e logístico de 1º e 2º escalões, com as Bases Aéreas, Aeródromos-Base e Aeródromos de Manobra; o dispositivo logístico de 3º escalão, com o Depósito Geral de Material da Força Aérea as Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, o Parque de Equipamento de Obras, etc. Entraram em vigor novos e muito mais latos quadros de pessoal. Obtiveram-se, por cedência no âmbito da NATO e por aquisição, aviões, helicópteros e toda a espécie de equipamento adequado. Foram preparadas as infraestruturas necessárias. Foram postos a funcionar ou a funcionar mais capazmente os Órgãos Consultivos, o Estado-Maior, os Comandos, as Direcções e as Unidades. E foram actualizados e aperfeiçoados no máximo possível a instrução e o treino operacional.
    Quando o Subsecretário de Estado da Aeronáutica forçou que se pensasse na extensão da Força Aérea ao Ultramar Português, fizeram-se reconhecimentos, elaboraram-se planos e definiram-se as 1ª, 2ª e 3ª Regiões Aéreas; a 1ª abrangendo a Metrópole, Cabo Verde e Guiné, a 2ª, Angola e São Tomé e Príncipe, e a 3ª, Moçambique. E logo, ou quase logo, foram constituídos os respectivos Comandos, Direcções e Unidades, enviando-se pessoal e material progressivamente, na medida das possibilidades, de resto francamente crescentes, e preparando-se as infraestruturas, de início no estritamente indispensável e depois no folgadamente necessário.
    Deste modo e apesar das obstruções políticas e financeiras, que se verificaram, e das dificuldades inerentes a tão grande tarefa, o facto é que , com a rapidez - 3 a 4 anos - a Força Aérea, dos cerca de 90 000 Km2 metropolitanos, passou a abranger os cerca de 2 000 000 Km2 do Todo Português.

    A CRIAÇÃO DAS TROPAS PÁRA-QUEDISTAS

    O Departamento da Defesa Militar
    Em 1950, foi criado o Departamento da Defesa Nacional funcionando junto da Presidência do Conselho de Ministros. As suas atribuições diziam respeito ao tratamento das questões gerais da defesa do País, à intervenção na distribuição pelas Forças Armadas das dotações financeiras a estas globalmente consignadas, à superintendência em organismos não afectos ou desafectos do Exército e da Armada, e à coordenação dos Ministérios do Exército e da Marinha, dado existirem, na época, apenas esses dois ramos das Forças Armadas.
    O respectivo Ministro, o Ministro da Defesa Nacional, era assistido por um órgão de estudo e parecer, o Secretariado-Geral da Defesa Nacional. O primeiro Ministro da Defesa Nacional, o então Coronel Fernando Santos Costa, desde logo se lançou em não poucas iniciativas tendentes à actualização e aperfeiçoamento das Forças Armadas.
    Entre tais iniciativas distinguiram-se a criação da Força Aérea Portuguesa e, nesta Força Aérea, a criação das Tropas Pára-quedistas. Porém, estas duas iniciativas não foram pacíficas, tendo deparado com fortes reacções.

    A Força Aérea Portuguesa
    A criação da Força Aérea, baseada de início na fusão num único organismo da Aviação do Exército e da Aviação Naval, e implicando, assim, a extinção destas duas aviações com carácter de independência, deu lugar a opiniões, a excitações e a paixões totalmente antagónicas. O Exército, principalmente os seus oficiais de aviação, apoiavam com entusiasmo a criação das Força Aérea, já existente em todos os países progressivos, considerando-a como a conquista de tão desejada individualização do ramo aéreo e da sua equiparação aos outros ramos. A Marinha, como todos ou quase todos os seus oficiais, pelo contrário, opunha-se, da forma mais veemente, ao que considereava ser a amputação da Armada de um seu braço que julgava fundamental, a Aviação Naval, existente em todos os grandes países. A discussão agudizou-se, tendo-se estendido à própria Assembleia Nacional.
    Contudo, o Ministro da Defesa Nacional, atendendo à impossibilidade do País sustentar mais de uma aviação, tudo conseguiu vencer, embora não sem dificuldade e com muita luta. E, em 1952, a Força Aérea Portuguesa, de começo limitada a pouco mais do que resultou da fusão das Aviações do Exército e Naval, foi efectivamente criada, tendo-se, após estudo criterioso, encontrado fórmulas justas para a intercalação e hierarquização dos oficiais, e outros militares, oriundos de quadros diferentes.
    As Forças Armadas Portuguesas passaram a conter os três ramos militares, hoje clássicos - Exército, Armada, e Força Aérea.

    14 de setembro de 2015

    OPERAÇÃO "VIRIATO" V

    A caminho de Nambuangongo
    Na marcha para Norte, o Batalhão de Caçadores 96 foi reforçado com um pelotão de engenharia comandado pelo alferes miliciano Jardim Gonçalves, o homem que anos depois daria cartas na Banca. Armando Maçanita guardou até à morte, aos 88 anos, grande admiração pelo engenheiro. "Se não fosse o alferes Gonçalves não sei se teria conseguido chegar a Nambuangongo" - ouviam-no repetir, de lágrima traiçoeira ao canto do olho, nos almoços que todos os anos juntava os bravos do batalhão. O pelotão de engenharia, sob as ordens de Jardim Gonçalves, construiu jangadas com que atravessaram rios, removeu árvores de grande porte que impediam a passagem, ergueu pontes através das quais venceram os rios. No fim da operação, o alferes foi condecorado com uma Cruz de Guerra.
    Os homens do tenente-coronel Maçanita, ao mesmo tempo que ultrapassavam as armadilhas do terreno, defendiam-se de emboscadas da UPA e rechaçavam assaltos dos guerrilheiros. Entraram várias vezes em combate - como no Rio Luica, na Fazenda Portugal, no Cassungo e no Mucondo. Enquanto o Batalhão de Caçadores 96 progredia a caminho do objectivo - o Batalhão de Caçadores 114, comandado pelo tenente-coronel Henrique Oliveira Rodrigues, não conseguia contornar as dificuldades. Tanto o comandante, Oliveira Rodrigues, como o segundo-comandante, major Balula Cid, passando pelo oficial de operações, capitão Lemos Pires - todos eram oficiais com o curso de Estado-Maior. O batalhão não consegue passar de Quissacala, sensivelmente a meio caminho entre o ponto de partida, na região de Caxito, e a vila de Nambuangongo.


    OPERAÇÃO "VIRIATO" IV

    Apostas no quartel-general
    Cumprida a missão entre o Caxito e a Ponte do Dange, o Batalhão de Caçadores 96 recebe novas ordens. O general Silva Freire tinha decidiu lançar a Operação Viriato - a primeira acção militar de grande envergadura da Guerra Colonial. Objectivo: conquistar Nambuangongo, a vila localizada a cerca de 200 quilómetros e que desde Março estava ocupada pelos guerrilheiros da UPA.
    A operação consistia na progressão de dois batalhões de Caçadores e de um esquadrão de Cavalaria por três eixos de ataque convergentes sobre Nambuangongo. O Esquadrão de Cavalaria, comandando pelo capitão Rui Abrantes, parte de Ambriz, no litoral. O Batalhão de Caçadores 114, do tenente-coronel Oliveira Rodrigues, abala da zona de Caxito - enquanto ao tenente-coronel Maçanita, à frente do Batalhão de Caçadores 96, é confiado o caminho mais longo (ver infografia na pág. 3).
    A Operação Viriato, além da conquista de Nambuangongo, tem ainda como objectivo abrir três itinerários fundamentais para apoiar a reocupação militar do Norte. O mês de Julho já vai a meio e o Governo de Lisboa exige aos altos comandados de Luanda a vitória total até meados de Setembro - antes do início da época das chuvas e antes da reabertura da Assembleia Geral da ONU. Não há tempo a perder.
    Está em marcha um verdadeira corrida disputada por três unidades militares que tem como meta a vila ocupada pelos guerrilheiros. Quem chega primeiro a Nambuangongo? No quartel-general em Luanda apostavam singelo contra dobrado no Batalhão de Caçadores 114. Era comandado pelo tenente-coronel Henrique de Oliveira Rodrigues - oficial com o curso de Estado-Maior e que fora um dos alunos dilectos do general Silva Freire no Instituto de Altos Estudos Militares.
    Oliveira Rodrigues foi um aluno aplicado. Aprendeu tudo o que os livros ensinam sobre estratégia, táctica e acção de comando. Silva Freire, o comandante máximo da manobra de reocupação do Norte de Angola, tinha orgulho no seu pupilo. Estava convencido que o discípulo seria o primeiro a chegar a Nambuangongo. O general, porém, estava a cometer um erro imperdoável: subestimava a tenacidade e o desembaraço do tenente-coronel Armando Maçanita que, sem os preceitos da doutrina aprendida nos altos estudos, conduzia a operação à sua maneira - "à Maçanita", como diziam entre dentes os oficiais do estado-maior de Silva Freire.


    OPERAÇÃO "VIRIATO" III

    O Batalhão 96
    No remanso da Iha de São Miguel, nos Açores, longe dos viperinos corredores dos altos comandos de Lisboa, o tenente-coronel Armando Maçanita, de 44 anos, algarvio teimoso e valente, comanda o Regimento Independente de Infantaria 18. O sossego é quebrado nos primeiros dias de Abril. Chega uma guia de marcha, que o manda apresentar-se no Continente e seguir para Luanda à frente do Batalhão de Caçadores 96. Mal sabia ele os perigos que o esperavam em Angola. Muito menos imaginava que ia ficar na história - como o primeiro a reconquistar Nambuangongo.
    O Batalhão 96, constituído por quatro companhias, embarca ao som da fanfarra, no dia 5 de Maio, uma sexta-feira, na Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa. Desfilou pela primeira vez em Luanda em 14 de Maio, domingo, imediatamente após o desembarque. Fica aquartelado no Campo Militar do Grafanil, a cerca de 10 quilómetros da capital da província.
    Duas semanas depois, as companhias já estão na zona, de guerra. Primeira missão: garantir a segurança num longo corredor entre Caxito e a Ponte do Dange. Travam aí os primeiros combates. Os guerrilheiros da UPA atacavam em hordas, às centenas: enfrentavam a saraivada de fogo de peito aberto, aos gritos, armados de catanas, paus e canhangulos.
    Os guerrilheiros acreditavam na ressurreição: mesmo que fossem mortalmente atingidos voltariam a viver - e isso dava-lhes coragem para enfrentar a tropa. Os comandantes portugueses receberam instruções para decapitar os guerrilheiros mortos e espetar as cabeças em estacas. Os nacionalistas da UPA, a maior parte de etnia bacongo, estavam convencidos de que não ressuscitariam se lhes fosse amputada uma parte importante do corpo. A exibição das cabeças decepadas servia para lhes provar que morriam de cada vez que atacavam os militares portugueses e não podiam ressuscitar.
    O tenente-coronel é um homem de acção. Não frequentou o curso de Estado-Maior: sente-se mais talhado para a 'porrada' do que para as teorias desenvolvidas nos gabinetes. Tem até uma maneira muito particular de fazer as coisas - o que causa arrepios ao superiores que preferem agir segundo a doutrina dos livros. Os homens do Estado-Maior, em Luanda, remexem-se incomodados a cada relatório do Batalhão de Caçadores 96 em campanha: "Mais uma à Maçanita...", resmungam. É a unidade que mais munições gasta em operações.
    O comandante tem ainda um modo muito próprio de se relacionar com os subordinados. Trata toda a gente por 'tu' - dos soldados aos oficiais. "Era muito afectivo com nós todos, mas em operações, quando as coisas não eram executadas como ele queria, chamava-nos os piores nomes e às vezes até ameaçava que, se fosse preciso, dava-nos um tiro" - recorda o coronel médico Carlos Tapadinhas, então alferes da Companhia 103.
    Na zona de Caxito, uma companhia do batalhão depara-se com um numeroso grupo calculado em mais de um milhar de guerrilheiros. Maçanita põe a pistola-metralhadora FBP à tiracolo e vai ver. A mole de negros começa a formar um círculo para cercar a companhia. O tenente-coronel avança com o cabo Armindo Grilo ao lado - e os dois ficam a meia dúzia-1 de metros de um guerrilheiro armado de canhangulo. Parece ser o chefe. É um gigante com quase dois metros de altura. Maçanita é o primeiro a disparar: faz uma rajada e mata-o.
    Vem a saber depois que o homem da guerrilha abatido é Maneca Paca - de quem os militares portugueses já tinham ouvido falar com temor.


    Tenente Coronel Armando Maçanita

    13 de setembro de 2015

    OPERAÇÃO "VIRIATO" II

    "Mas que estucha, Botelho!"
    O ministro da Defesa, general Júlio Botelho Moniz, tem em marcha um golpe de Estado. Pretende substituir Salazar por Marcelo Caetano para "modernizar" o regime e, sobretudo, encontrar uma solução para as colónias. A conspiração é abafada ainda antes de eclodir, mais por inépcia dos golpistas do que por mérito dos fiéis salazaristas. Botelho Moniz entende que deve dar uma oportunidade ao Presidente da República, almirante Américo Tomás, para demitir Salazar - e assim evitaria todos os incómodos de um golpe. Pede para ser recebido.
    Moniz e Tomás eram amigos. Em privado, tratavam-se por 'tu', desde que se conheceram jovens cadetes na Escola de Guerra. O ministro da Defesa diz ao Presidente que tem um dia para demitir Salazar - caso contrário, levaria por diante um golpe de Estado de consequências imprevisíveis. Tomás, afundado no maple, escuta-o em pânico. Bate com as mãos nos joelhos - e desabafa alarmado: "Mas que estucha, Botelho!".
    Mal o general abandona o Palácio de Belém, o Presidente da República corre para o telefone e põe Salazar ao corrente. O chefe do Governo não perde tempo: demite Botelho Moniz e assume a pasta da Defesa Nacional. Num discurso transmitido pela rádio e televisão, em 13 de Abril de 1961, Salazar explica as mexidas no Governo. A mudança, diz, justifica-se com uma única palavra e, essa palavra é Angola. Termina com uma exaltação: "Para Angola, rapidamente e em força".
    Abafada a tentativa de golpe militar, conhecida como "Abrilada", o presidente do Conselho e ministro da Defesa Nacional mobiliza os primeiros grandes contingentes para Angola. As tropas embarcam com pompa e circunstância no cais da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa. Os primeiros batalhões, transportados no paquete Niassa, chegam a Luanda no dia 1º de Maio, uma segunda-feira.
    O governador de Angola, Silva Tavares, e o comandante militar da província, general Monteiro Libório, são demitidos e mandados regressar a Lisboa. Avança para Luanda o general Carlos Silva Freire, militar que nunca saíra dos gabinetes e nunca experimentara os rigores dos trópicos: tinha como credenciais o prestígio de professor nos cursos de Estado-Maior e a cega fidelidade ao regime. Recusara participar na tentativa de golpe de Botelho Moniz a quem, de resto, lhe reconhecia escasso mérito militar: "É o melhor segundo-comandante do mundo, mas eu não lhe dava nem o comando de um pelotão".
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    General Júlio Botelho Moniz
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    Teve importantes responsabilidades militares e políticas no século XX em Portugal, tendo sido um dos participantes na revolução do 28 de Maio. Foi Observador na Guerra Civil de Espanha e na Frente Leste na Segunda Guerra Mundial, Ministro do Interior, Adido Militar em Madrid e em Washington, professor no Instituto de Altos Estudos Militares, Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e Ministro da Defesa. Liderou em 1961 a mais importante revolta militar contra o Estado Novo, numa tentativa de evitar as Guerras do Ultramar. No contexto da Guerra Fria, que à época condicionava as relações internacionais, procurava posicionar Portugal no concerto das Democracias Parlamentares Ocidentais.

    OPERAÇÃO "VIRIATO" I

    Angola 1961
    A conquista de Nambuangongo e onde os pára-quedistas foram impedidos de intervir por ordem do Tenente-coronel Maçanita, militar muito conhecido em Angola

    A vila de Nambuangongo, localizada num planalto a cerca de 200 quilómetros de Luanda, está transformada no quartel-general da União dos Povos de Angola (UPA) - o movimento independentista de Holden Roberto que, em 15 de Março, levou ao massacre de colonos e de trabalhadores bailundos por todo o Norte de Angola, A resposta militar é lenta. Apenas em finais de Abril, o pequeno contingente da província, calculado em 1.500 militares, começa a ser reforçado com tropas enviadas da metrópole. A partir de Nambuangongo, a guerrilha domina as povoações mais próximas e ameaça outras mais distantes como Ambriz, Carmona e até mesmo Luanda.
    Os colonos que conseguem escapar aos massacres deixam o Norte. A maior parte das fazendas fica ao abandono. A época das chuvas está a terminar. Os meses do cacimbo costumavam anunciar os carregamentos de café para o porto de Luanda - um dos mais prósperos negócios da colónia, para cima de dois milhões de contos por colheita. Este ano, porém, será diferente. É a guerra. O governador da província, Silva Tavares, e o comandante-chefe, general Libório Monteiro, respondem como podem - e, na verdade, podem muito pouco: a reocupação do Norte não é possível com tão escasso contingente militar disponível e ainda por cima mal distribuído. Os guerrilheiros dominam uma vasta região desde as margens do Rio Zaire até ao Sul dos Dembos. Mas os comunicados oficiais publicados pelos jornais de Luanda dizem o contrário: "A situação encontra-se inteiramente sob o domínio das autoridades".
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    Foto : Entre as brumas da memória  

    OPERAÇÃO "PENADA"

    Os páras saltam em Tete.

    Em 1972, a Frelimo exercia o seu esforço militar na região de Tete.
    Os guerrilheiros infiltravam-se pela penetrante do rio Capoche em direcção à barragem de Cahora Bassa, vindos da Zâmbia, ou pela Rodésia de lan Smith, causando preocupações aos dirigentes da colónia rebelde, que declarara a independência branca e unilateral.

    Elementos das forças de segurança rodesianas penetravam em Moçambique, perseguindo guerrilheiros, enquanto unidades completas participavam em operações militares com as forças portuguesas, nomeadamente através de destacamentos de helicópteros, estacionados em Chicoa e de pisteiros. As forças portuguesas, sob o comando do general Kaúlza de Arriaga, não acertavam com resposta adequada e eram acusadas pelos rodesianos de pouco eficientes. Numa apreciação geral, os militares de lan Smith consideravam que os militares portugueses dispunham de mau serviço de informações, o que não lhes permitia conhecer os movimentos e as localizações dos guerrilheiros; a sua mobilidade era reduzida devido ao baixo número de helicópteros necessários; o emprego de forças africanas não regulares, grupos especiais (GE) e grupos especiais pára-quedistas (GEP), não retirava o melhor rendimento das suas características; por último, a acção dos militares portugueses era de apatia, não perseguindo nem destruindo os grupos de guerrilheiros.

    É neste contexto, tendo como objectivo não declarado demonstrar aos rodesianos as capacidades das forças portuguesas, que, em Abril de 1972, o Batalhão de Caçadores Pára-Quedistas 31, recebe a missão de realizar uma série de operações, a que foi dado o nome de Penada, junto às fronteiras com a Zâmbia, Malawi e Rodésia. Estas operações iniciaram-se com lançamento de pára-quedas, o terceiro deste tipo realizado em Moçambique, a que se seguiu intenso esforço com grande emprego de helicópteros para deslocamento de tropas na zona fronteiriça.



    OPERAÇÃO "ZETA"

    Os páras saltam no planalto dos Macondes.

    Em 7 de Junho de 1969, duas companhias de páras do Batalhão de Pára-Quedistas 32 (Nacala) e uma do Batalhão de Pára-Quedistas 31 (Beira) foram lançadas na zona de Malambuage, a sul do rio Rovuma, onde se situavam pontos de apoio às infiltrações da Frelimo, que partiam das bases na Tanzânia e se dirigiam ao coração do Planalto dos Macondes, na zona de Mueda, Nangololo e Sagal.

    Embora não se tenham registado combates violentos, a Operação Zeta constituiu uma das principais referências da actividade das tropas pára-quedistas em Moçambique, porque foi o primeiro e o maior lançamento operacional destas forças naquele teatro de operações e um dos raros que ocorreram durante toda a guerra, porque permitiu surpreender os guerrilheiros, cuja organização defensiva estava montada para o alerta e a defesa contra forças que se aproximassem por terra, levando-os a dispersar e a abandonar grande quantidade de material, e permitiu o ensaio de algumas manobras tácticas que vieram a melhorar o futuro desempenho das forças em operações, como a mudança de zona de acção de uma unidade em plena operação com o emprego de helicópteros em elevado número.

    Apesar do sucesso da operação, foram raros os lançamentos de pára-quedistas durante os treze anos de guerra, o que se deve, em primeiro lugar, às características da própria guerra de guerrilha, em que o objectivo dos guerrilheiros não é conservar a posse do terreno, retirando quando as forças regulares atacam, às características do terreno, dado que as bases da guerrilha se situavam em zonas impróprias para lançamentos; e também à escassez de recursos das forças portuguesas, nomeadamente em aviões de transporte.


    OPERAÇÃO "VULCANO"

    Quando as coisas correm mal...

    A Operação Vulcano ocorreu na Guiné, em Março de 1969, e o que seria a operação típica de ataque de pára-quedistas a uma base de guerrilheiros, com o apoio da aviação, esteve à beira de se transformar em sério desaire.

    O PAIGC, depois das primeiras acções contra os aviões portugueses efectuadas com metralhadoras 12,7 mm, deu novo passo para contrariar a superioridade aérea portuguesa, e no Sul da Guiné, na fronteira com a Guiné-Conacri, foram referenciadas, na zona de Cassebeche, posições de armas antiaéreas ZPU-4 (quádruplas), de origem soviética, pelo que se decidiu realizar uma operação para destruir essas armas e capturá-Ias.

    A operação iniciou-se com o bombardeamento aéreo realizado pelos sete aviões Fiat G-91 (R4) disponíveis no território, a que se seguiu a tentativa de heliassalto com duas companhias de pára-quedistas apoiadas por helicanhões, uma a norte e outra a sul das posições do PAIGC.

    Na manhã de 7 de Março, na primeira formação de bombardeamento, um Fiat acertou com uma bomba de 200 kg numa ZPU e «acredita-se que tudo vai correr pelo melhor». Os helicópteros AL-III colocaram a vaga inicial de pára-quedistas, mas logo depois do desembarque estes começaram a ser batidos pelo fogo e descobriu-se que continuavam activas três armas antiaéreas. Um Fiat e um DO-27 foram atingidos, mas conseguiram regressar à base, sendo decidido empregar a reserva de quarenta pára-quedistas, que se viram envolvidos num incêndio provocado pelos disparos das armas. A companhia de pára-quedistas encontrava-se a quinhentos metros da posição da ZPU, mas estava detida debaixo de fogo. Outro avião foi atingido, tendo o comandante da operação considerado «a situação preocupante».


    OPERAÇÃO "GRIFO"

    A morte do capitão no «Corredor do Guileje»

    Os guerrilheiros do PAIGC demonstraram, desde o início da guerra, elevada preparação para o combate e, em Abril de 1966, no «Corredor de Guileje», uma força de pára-quedistas e outra da guerrilha defrontaram-se numa situação reveladora do nível de violência a que os confrontos já se desenrolavam.

    A Operação Grifo previa a realização de emboscadas por um pelotão de pára-quedistas no Sul da Guiné, para impedir a penetração de guerrilheiros vindos da Guiné-Conacri. Essa força montou uma emboscada de madrugada, em terreno que oferecia bons abrigos, ficando a aguardar. Cerca das dez horas aproximou-se um grupo de guerrilheiros. Já muito perto dos pára-quedistas, os primeiros homens fizeram fogo de reconhecimento, lentamente foram entrando na «zona de morte» da emboscada, mas logo recuaram por terem detectado a presença dos páras, que abriram fogo e causaram algumas baixas. Ocorreram, a partir de então, factos reveladores do grau de preparação dos guerrilheiros e da capacidade dos páras. Segundo o relatório da operação, «a reacção do inimigo foi incrivelmente rápida e com grande potencial de fogo em tiro rasante».

    Um dos três guerrilheiros sobreviventes da «zona de morte» abriu fogo, atingindo o capitão Tinoco de Faria, que, ao sentir-se alvejado, tentou mudar de posição, sendo novamente baleado com gravidade. Alguns segundos depois, foram abatidos os três guerrilheiros que tentavam fugir, mas os restantes tinham-se instalado junto à mata ocupada pelas forças portuguesas, desencadeando violento ataque com metralhadoras pesadas.

    Numa pausa, o pelotão tentou transportar o ferido para local onde fosse possível a sua evacuação, pois inspirava sérios cuidados. O inimigo mudou de táctica, seguindo as tropas e flagelando-as à distância. Ao chegar à margem do rio Tenhege, o pelotão sofreu novo ataque de elementos emboscados no interior da mata. Entretanto, o estado de saúde do capitão agravou-se de forma irrecuperável, tendo morrido cerca do meio-dia.


    OPERAÇÃO "JOVE"

    OPERAÇÕES EM ÁFRICA

    As unidades de pára-quedistas constituíam uma das reservas dos comandantes-chefes e estes empregavam-nas como forças de intervenção nas zonas onde os movimentos de guerrilha estavam melhor organizados.

    A companhia de pára-quedistas era a unidade de manobra base com capacidade para actuar autonomamente, embora também tivessem sido empregues unidades de menores efectivos.

    Raramente foi utilizado um batalhão em combate, excepto para operações com lançamento de pára-quedas. Para aumentar a sua mobilidade os páras utilizaram com frequência os helicópteros em acções de surpresa.





    12 de setembro de 2015

    RELATOS DA GUINÉ III


    "Sinto que apenas pode haver soldados e marinheiros (portugueses) vitoriosos ou mortos". A frase de Oliveira Salazar, proferida em Dezembro de 1961, cumpriu-se pela metade.


    RELATOS DA GUINÉ II

    “OUTRO INFERNO A SUL”

    Do nosso camarada pára-quedista Victor Tavares, deixo aqui o relato de uma das muitas operações, por ele e outros camaradas efectuadas na Guiné.
    Uma missão estava destinada à Companhia de Caçadores Pára-quedistas 121 , onde já se encontravam há vários dias as nossas Companhias de Pára-quedistas 122 e 123 , dada a gravidade da situação criada pelas forças do PAIGC que neste período do ano , entre Maio e Julho , intensificou os ataques , tanto a aquartelamentos como a colunas , em Gadamael Porto a situação era cada vez mais complicada , uma vez que os militares do PAIGC já tinham tomado o destacamento de Guileje , após ataques contínuos de artilharia e flagelações de armas ligeiras, chegando mesmo a cercarem o destacamento mantendo a sua guarnição sitiada até à tomada de decisão de abandonar o destacamento por parte do seu Comandante COUTINHO de LIMA, uma vez que não lhe restava outra alternativa. Não o fazendo correria o risco de serem dizimados pelas forças atacantes que estavam decididas a tomar o aquartelamento.


    11 de setembro de 2015

    RELATOS DA GUINÉ I

    Victor Tavares CCP121 © Direitos reservados

    OPERAÇÃO “MURALHA QUIMÉRICA”, COM OS PÁRA-QUEDISTAS DO BCP12: - Aldeia Formosa, Guileje e Gadamael em Abril de 1972

    Acção desenrolada entre 27 de Março e 8 de Abril de 1972, no sul da Guiné (Aldeia Formosa, Guileje e Gadamael).

    Esta operação, na qual participaram as CCP 121, 122, 123 e outras forças, com resultados excelentes, nas zonas operacionais de Aldeia Formosa, Guileje e Gadamael Porto, foi uma das muitas operações importantes em que intervieram os Pára-quedistas do BCP 12 durante o ano de 1972.

    EXERCÍCIO "HIMBA"

    A FORÇA AÉREA EM ANGOLA
    Exercício «Himba»

    FAP Luanda 1959
    FAP Luanda 1959

    Estava-se no mês de Abril de 1959.

    Para marcar o regresso da Aviação Militar ao território de Angola, a Força Aérea levou a efeito o exercício «Himba», que veio a despertar bastante entusiasmo não só pela dimensão como pela novidade do evento.
    Foram num total de 14 os aviões que formaram a formidável caravana de meios aéreos, que foi deslocada da Metrópole para aquela Província e se compunha de 6 aviões «Skymaster», 2 aviões «Dakota» e 6 aviões «PV-2», que transportaram um total de 212 Militares da Força Aérea, desta maneira divididos: 52 Oficiais, 74 Sargentos e 86 Praças.Durante o tempo em que esses aviões da FAP permaneceram em Angola, puderam proporcionar várias centenas de baptismos de voo, nas visitas que foram efectuadas aos aeródromos de Carmona, Santo António do Zaire, Cabinda, Malange, Henrique de Carvalho ou Lobito, tendo sido efectuadas exibições de largada de pára-quedistas nas cidades de Sá da Bandeira - a pioneira da Aviação Militar em Angola -, e em Nova Lisboa, cidade que veio a herdar as tradições Aeronáuticas de Sá da Bandeira e onde esteve sediado o grupo de Esquadrilhas do Huambo.

    6 de setembro de 2015

    TRIBUTO - 54 ANOS ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS - 8 DE AGOSTO DE 1961


    As Enfermeiras Pára-quedistas foram um grupo de 46 mulheres portuguesas que, entre 1961 e 1974, durante o confronto entre as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação das antigas províncias ultramarinas Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, marcaram a Guerra do Ultramar com o seu de trabalho de recuperação e evacuação de feridos do campo de batalha.

    ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS RELATOS I

    Rosa Serra
    Alf.Enfª.Parqª


    Em Agosto de 2015 fez 54 anos que se formaram as primeiras enfermeiras pára-quedistas.

    Estas foram as primeiras mulheres que se candidataram ao 1º Curso de Enfermeiras Pára-quedistas em Portugal.
    Foto:Rosa Serra

    ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS RELATOS II

    A Enfermeira que Vinha do Céu


    Se o comboio avança em direcção à Gare do Oriente porque me dá a ideia que recuo no tempo? Daqui a pouco uma mulher por entre a multidão avançará para mim empunhando a boina verde de uma farda há muito desmobilizada, distintivo, noutro tempo, de uma tropa de elite, identificação hoje para um encontro agendado.
    Todo o encontro cria uma ruptura. O que era até ali deixará de o ser como era. Passamos às vezes por uma pessoa na rua e tudo muda na nossa vida. Alguém que nos diz bom-dia de uma forma diferente, ou nos dá um sorriso, ou nos olha com um brilho de inteligência no olhar e nos garante que o Universo é habitado. Nunca agradecemos a uma pessoa assim que muda a nossa vida. Ela esfuma-se no tempo. Afunda-se na vida. Perde-se no labirinto do mundo.
    Se voltamos a passar por ela nem a reconheceremos. Ela apenas passou por nós, porém, ao passar por nós fez-nos desviar a atenção, iluminou com um relance do seu olhar um pensamento sombrio, e esse seu pequeno impacto fez-nos atrasar o minuto fatal em que iríamos cometer um erro irremissível; desviou a nossa trajectória o suficiente para salvar o nosso dia.
    E se uma pessoa assim tiver interferido na trajectória da nossa vida de uma forma consciente e calculada por ter imposto a si mesma esse dever, quando tudo o mais à sua volta se resumia à primária luta da sobrevivência? Uma pessoa cujo impacto na nossa vida nos desviou da trajectória da própria morte.

    5 de setembro de 2015

    ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS RELATOS III

    Rosa Serra
    Alf.Enfª.Parqª


    As Nossas Queridas Enfermeiras Pára-quedistas
    As Primeiras mulheres portuguesas equiparadas a militares.



    Enfermeira Pára-quedista Maria Zulmira

    Agora o meu olhar vai para a Enfermeira Zulmira que esteve tanto tempo na
    Guiné e de quem, com certeza, muita gente conhece. Não me vou referir ao
    seu desempenho como enfermeira, mas apenas ao seu perfil humano e de
    certeza que todos concluirão como era ela como enfermeira pára-quedista.

    ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS RELATOS IV

    Foto: © António Costa (2010). Direitos reservados
    Guiné - Região de Tombali - Cacine - Dezembro de
    1968 - A Ten Enf Pára-quedista Maria Ivone Reis e o Alf QP António
    José Pereira da Costa, posando para a "posteridade"...


    Camarada:
    Aqui vai uma foto da Ten Enf Para, (como ela escrevia, ) Ivone
    Reis. Foi já em Dezembro de 1968 quando estávamos ser rendidos pela
    CCaç 2445 (açoreanos).
    Nesse dia, vi a guerra do ar! Um Grupo de Combate da nossa unidade e a CCaç
    2445 completa, andavam ali para os lados de Cacoca a procurar o IN.

    4 de setembro de 2015

    ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS RELATOS V


    Angola - Base de Negage - Agosto de 1961 - As enfermeiras
    pára-quedistas Arminda e Ivone, em missão de apoio no âmbito de uma
    operação na Serra da Canda


    Um antigo oficial pára-quedista,
    perfeitamente identificado perante mim, mas que prefere manter o
    anonimato, mandou-nos em 30 de Julho p.p., a seguinte mensagem:

    ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS RELATOS VI

    Rosa Serra
    Alf.Enfª.Parqª




    Tenente Enfermeira Pára-quedista Maria Arminda em farda N.º 1 (Maio de 1967, aos 29 anos)

    Uma Maria, que apesar de ter trabalhado directamente com ela tão pouco tempo foi o suficiente para perceber as suas características como enfermeira, como companheira e como pessoa.

    É uma das seis Marias que não esconde o orgulho em ter pertencido ao grupo das primeiras mulheres pára-quedistas portuguesas, inseridas nas Forças Armadas e ainda hoje se agita quando vê uma boina verde à distância na cabeça de
    um militar.

    2 de setembro de 2015

    ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS RELATOS VII

    EnfParaq.
    Rosa Serra

    Tancos, 2005 - Enfermeira Pára-quedista Ivone Reis


    Têm-me perguntado várias vezes pela Enfermeira Ivone. Sei também que já
    há um certo número de pessoas que sabem que ela não tem estado bem de
    saúde, por isso aqui estou eu para falar um pouco da primeira enfermeira
    pára-quedista que eu conheci.

    ANJOS CAÍDOS DO CÉU EM TEMPO DE GUERRA

    Entre 61 e 74, a Força Aérea recrutou 47 enfermeiras pára-quedistas, que servindo o regime desafiaram a tradição.
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    Céu Vidigal, Ivone Reis, Lurdes Rodrigues, Zulmira André, Arminda Pereira e o director do curso capitão Fausto Marques, no primeiro curso (1961)
    Enf.Paraq.Armindacentro

    Na manhã de Novembro de 1973, o Centro de Operações da Base 12, em Bissalanca (Guiné), recebe um pedido de evacuação de Catió. É destacado um avião DO-27 para efectuar a missão, com o furriel Ivo Mota e as enfermeiras pára-quedistas Giselda Pessoa e Natália Santos a bordo. Esta última, acabada de chegar à Guiné, acompanhava ainda as veteranas nas evacuações, para "ganhar calo".

    1 de setembro de 2015

    FIGURAS QUE MARCARAM AS TROPAS PÁRA-QUEDISTAS I

    HEITOR HAMILTON ALMENDRA
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    Nasceu em Zoio, concelho de Bragança, em 18/12/1932. Fez o Curso de Cavalaria na Escola do Exército (1951/1954), tendo sido promovido a alferes em 1955. Em 1960 era capitão, em 1965 era Major e em 1975 era graduado em General para desempenhar as funções de Comandante Chefe, adjunto das Forças Armadas, de Angola. Regressando do Ultramar foi promovido a Coronel de Cavalaria Pára-quedista em 1976 e a Brigadeiro Pára-quedista em 1980 que actualmente corresponde a Major General. Frequentou com aproveitamento diversos cursos e comandou várias unidades militares, nomeadamente a de Tancos, (1976/1977) e o Corpo de Tropas Pára-quedistas de 1977 a 1985, altura em que passou à situação de Reserva, a seu pedido. Teve papel decisivo e fundamental nos acontecimentos do 25 de Novembro, junto das tropas pára-quedistas revoltadas, conduzindo à rendição das mesmas, permitindo a consolidação da democracia.

    FIGURAS QUE MARCARAM AS TROPAS PÁRA-QUEDISTAS II

    RAFAEL FERREIRA DURÃO
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    Comandante do RCP 1974/1975  -  Nascido em 17 de Maio de 1931 em Setúbal, segundo filho do Major Ricardo Durão, por tradição familiar, em idade escolar ingressa no Colégio Militar e dali transita para a Escola do Exército , onde em 1951 conclui o curso de Cavalaria.
    Em 1955 com o posto de alferes voluntaria-se para o 1º curso de pára-quedismo militar, obtendo em Alcantarilla o brevet nº 11, sendo por isso um dos pioneiros pára-quedistas.
    Em 1961/63 com o posto de Capitão cumpre comissão em Angola como comandante de uma das CCP do recém-constituído BCP21.
    Em 6 de Março de 1964 em Lourenço Marques, já promovido a Major, toma posse como comandante do recém-constituído BCP31, unidade de elite da FAP que vai ser deslocada para o norte de Moçambique, a fim de efectuar patrulhas durante 9 meses junto à fronteira fluvial do Rovuma e na margem oriental do lago Niassa.